Ora agora escrevo eu sem estar particularmente inspirada mas posso inspirar-me nas minhas conversas com a kuki.
Tenho que admitir que o hábito da prática pessoal me pareceu, muito "familiar". Não me faz confusão nenhuma. Como disse à Kuki, faz-me lembrar os tempos do desporto. Não era agradável levantar-me ás 5.30 da manhã, mas chegava ao liceu escola às 8 horas e enquanto quase toda a gente estava a começar o dia, eu já tinha tido uma "vida" enquanto eles estavam na cama...
Portanto, vou tentar lembrar-me. no início senti os efeitos muito depressa: de repente estava mais calma e com muito menos da minha ansiedade que me faz pensar que qualquer coisa pode desaba em cima de mim a qualquer momento. Depois comecei a chatear-me com tanto trabalho de casa: fogo, já é muita coisa, muito tempo, isto é muito exigente e não quero e não faço blablabla. E para contrariar isso disse: Ok, hoje baldo-me, mas no fim da semana pelo menos o mínimo dos mínimos tem que estar cumprido. E a verdade é que chegava o fim da semana com o mínimo cumprido e acabava por me sobrar vontade para fazer mais qualquer coisa, talvez uma parte que tivesse asteriscos e que eu tivesse cortado ;)
E acho que andei assim uns tempos e depois acabei por perceber que ninguém me está a obrigar a nada, nem ninguém me há de criticar por eu não ser perfeita e eu de facto estou a praticar para mim, e não só para estar preparada para os fins de semana de alta competição do Patxi. Patxi disse que este ano nos iria valer imenso, porque nos dará bases para toda a vida, portanto não valia a pena estarmos lá a cerrar os maxilares. E realmente é isso mesmo... assim tiro um bocado da pressão da minha prática, não no sentido da qualidade de prática (bem, nisso faço o o que posso, seja melhor ou pior...) mas porque sei que pratico porque me faz bem, porque quero e não porque tem que ser! Aliás tem que ser porque eu quero e porque eu preciso. E se sinto peso na consciencia quando falho ou quando tenho consciencia que não fiz o meu melhor é porque sei que com a prática de yoga sou uma pessoa melhor e por isso não a posso descurar... Porque a verdade, é que o grande benefício que estou a tirar da prática de yoga é que me começo a interessar mais por outras coisas. O que para mim é MUITO importante, começa a parecer-me que a vida realmente tem muito valor.
E como até agora só falei do positivo:
Um problema que acho que estou a ter agora é saber onde está a linha que separa esta confiança do facilitismo e do pensar que não é preciso mais. Vamos ver se não é nisso que caio...
E continuo a ter dificuldade em séries muito grandes. Nas que ha a possibilidade para cortar corto, nas que não dá, bem, faço-as! Mas chego a meio e já estou a contar as posturas a ver quando acaba a série. Isso é me confunde, por um lado sei que gosto por outro isto significa que não sou assim tão dedicada... não sei. Ou então são precisos estes aparentes paradoxos para uma pessoa perceber o que é ao certo o objectivo da nossa prática.
Que confusão!!! Caneco...
A vantagem de um post grande é que ninguém o lê até ao fim :D
domingo, 13 de abril de 2008
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2 comentários:
A nossa vida vai mudar, não é Luga??? :)
A ver se ajuda: estar a praticar uma ´determinada série e a meio começar a ver quanto falta para o fim, é assim:
- por um lado é muito bom, pois há a intenção de a fazer toda, ou seja, de cumprir com o que nos pedem;
- por outro, é como o Patxi diz "por la gloria de mi Madre!", "aguentarei" a postura até ao fim;
- isto quer dizer que se estou numa postura e sinto que só a mantenho pela força, estou mal; há que estar muito envolvida na prática, de tal forma envolvida e com tanta atenção a TUDO o que faço, que de repente já é Savasana, e eu nem reparei...; é a velha diferença entre quantidade e qualidade. Há que distinguir!
- só mais uma coisa - é muito difícil praticar por conta própria, mesmo tendo "cábula"; durante muito tempo é preciso o tal esforço de começar e de chegar ao fim. Aos poucos, começa a ser diferente; já não se pode passar sem isso. Mas isto demora. Primeiro damos, depois recebemos. Coragem, o que receberão é bem mais do que o que dão.
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