Este fim-de-semana eu e a Luga resolvemos ir passar dois dias a Constância, uma maravilhosa vila perto de Abrantes. Deu para descansar e ainda acabamos por nos divertir.
É claro que levamos o material todo para a prática. As más-línguas diziam que nós nem iríamos “cheirar” o tapete. Nada disso. Não falhamos e, nos dois dias, acordamos às 9 da manhã para praticarmos as nossas séries.
É agradável praticar acompanhada, apesar de não falarmos [ok, ok, aqui a Luga é muito mais disciplinada, até sugeriu eu ir fazer savasana para outra sala para estar mais quieta…].
Eu, por exemplo reparei que há coisas que não estava a fazer bem como o Patxi dizia, para além da Luga me ter alertado que a minha respiração evidencia demasiado esforço. Maldito overdoing… É bom chamarem-nos à atenção porque na prática pessoal é muito fácil "esquecermo-nos" de alguns pormenores...
Mas a prática soube bem, diferente do habitual, quanto mais não seja porque praticamos ao som dos pássaros e não dos carros que passam na VCI!!!
terça-feira, 29 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
(In)consistência em Sarvangasana
É impressionante como esta postura pode ser o oito e o oitenta. Aliás, acho que de todas as asanas das nossas séries de prática pessoal esta consegue ser aquela que mais oscilações tem. Se num dia consigo estar nela aparentemente alinhada e sem esforço, no dia seguinte parece que a estou a fazer pela primeira vez, com as pernas a insistirem ir para o lado da cabeça e as mãos a não saírem da risca dos calções. E ainda não percebi porque é que isso acontece.
É curioso que em Sirsasana já consigo ser mais “coerente”. É verdade que às vezes a postura não sai, mas normalmente é porque estou cansada ou simplesmente distraída.
Mas em Sarvangasana não me parece que seja por causa disso. Acho que devem ser os meus ombros. Hoje entrei na postura, em Halasana rodei os ombros e subi. Passados dois minutos parecia que estava lá há horas. Voltei a descer e rodei mais os ombros. Nada feito. Em vez de uma linha recta o meu corpo fazia um autêntico sinal de “>”. Começou-me a doer o pescoço e desci. Confirmei se o malfadado do pescoço tinha os tais três dedos “da lei”. Pareceu-me que sim. Voltei a ir para Sarvangasana. Mas definitivamente não era dia para esta postura. O problema é que já a semana passada isto me aconteceu mais do que uma vez.
[A grande diferença entre a prática pessoal e as aulas é que nas aulas eu nunca teria saído da postura e aqui não deixei que o timer tocasse. Mas, por outro lado, nas aulas não me teria dado ao trabalho de saber o que estava mal. Apenas teria aguentado. Enquanto que aqui ao menos tentei perceber o que não estava certo. Pronto, é verdade que não descobri mas a intenção conta, não conta?]
É curioso que em Sirsasana já consigo ser mais “coerente”. É verdade que às vezes a postura não sai, mas normalmente é porque estou cansada ou simplesmente distraída.
Mas em Sarvangasana não me parece que seja por causa disso. Acho que devem ser os meus ombros. Hoje entrei na postura, em Halasana rodei os ombros e subi. Passados dois minutos parecia que estava lá há horas. Voltei a descer e rodei mais os ombros. Nada feito. Em vez de uma linha recta o meu corpo fazia um autêntico sinal de “>”. Começou-me a doer o pescoço e desci. Confirmei se o malfadado do pescoço tinha os tais três dedos “da lei”. Pareceu-me que sim. Voltei a ir para Sarvangasana. Mas definitivamente não era dia para esta postura. O problema é que já a semana passada isto me aconteceu mais do que uma vez.
[A grande diferença entre a prática pessoal e as aulas é que nas aulas eu nunca teria saído da postura e aqui não deixei que o timer tocasse. Mas, por outro lado, nas aulas não me teria dado ao trabalho de saber o que estava mal. Apenas teria aguentado. Enquanto que aqui ao menos tentei perceber o que não estava certo. Pronto, é verdade que não descobri mas a intenção conta, não conta?]
domingo, 20 de abril de 2008
Dislexia yoguica
Isto há coisas do caneco... E não é que manta pode transformar-se em tapete, tijolo em cinto e tornozelo em cotovelo? Este fim-de-semana a Leonor e a Joana tiveram de ir a uma Convenção a Espanha. E pediram-me para ser eu a “dar” as aulas de sexta-feira e sábado. Mal acedi ao “convite” [porque dá-me um “feeling” que eu não teria grande hipótese de escolha…] arrependi-me. Porque comecei a pensar em duas ou três pequenas questões…
A primeira, óbvio, as evocações. Nunca as fiz e a ideia de as fazer não é propriamente agradável.
Depois, o nome das posturas. Já não há qualquer razão para eu dizer “aquela postura assim, aquela…” mas não saber exactamente o seu nome. Depois, os ajustamentos. Já os ouço há seis anos. Mas, never the less, será que saem de forma correcta? Pior: será que saem?
É verdade que já não era a primeira vez que eu dava uma aula de yoga. Mas era a primeira vez que dava uma aula no Centro com pessoas que estão habituadas à firmeza e know-how da Leonor e da Joana. E estão habituadas a ver-me do outro lado do tapete. É muito estranho…
É claro que eu não dei a aula sem rede. O “menu” foi dado pela Leonor e não havia nenhum aluno propriamente novo, por isso os riscos eram relativamente poucos. Mas mesmo assim…
… mesmo assim eu tremia como varas verdes na sexta. E “insultei-as” em surdina e jurei que não mais aceitaria tal coisa.
Mas até não correu tão mal quanto isso. Eles foram impecáveis, até porque devem ter visto a minha cara de pânico. Mas não falaram, não riram e estiveram muito atentos!!! Mesmo quando eu em vez de dizer almofada dizia bolsa (só me lembrava de “bolster”). Ou quando pedi para irem para Parsvakonasana e depois fiquei por Vira II sem ter dado por isso e emendei como quem não quer a coisa.
No sábado, acho que ainda correu melhor, apesar de serem mais alunos. Foram na mesma muito disciplinados e muito atentos. Passei a compreender duas coisas: o tempo anda de maneira diferente quando se dá aulas e manta pode facilmente transformar-se em tapete, tijolo em cinto e tornozelo em cotovelo…
Mas cá para nós que ninguém nos ouve… é bem mais giro estar do outro lado do tapete…
A primeira, óbvio, as evocações. Nunca as fiz e a ideia de as fazer não é propriamente agradável.
Depois, o nome das posturas. Já não há qualquer razão para eu dizer “aquela postura assim, aquela…” mas não saber exactamente o seu nome. Depois, os ajustamentos. Já os ouço há seis anos. Mas, never the less, será que saem de forma correcta? Pior: será que saem?
É verdade que já não era a primeira vez que eu dava uma aula de yoga. Mas era a primeira vez que dava uma aula no Centro com pessoas que estão habituadas à firmeza e know-how da Leonor e da Joana. E estão habituadas a ver-me do outro lado do tapete. É muito estranho…
É claro que eu não dei a aula sem rede. O “menu” foi dado pela Leonor e não havia nenhum aluno propriamente novo, por isso os riscos eram relativamente poucos. Mas mesmo assim…
… mesmo assim eu tremia como varas verdes na sexta. E “insultei-as” em surdina e jurei que não mais aceitaria tal coisa.
Mas até não correu tão mal quanto isso. Eles foram impecáveis, até porque devem ter visto a minha cara de pânico. Mas não falaram, não riram e estiveram muito atentos!!! Mesmo quando eu em vez de dizer almofada dizia bolsa (só me lembrava de “bolster”). Ou quando pedi para irem para Parsvakonasana e depois fiquei por Vira II sem ter dado por isso e emendei como quem não quer a coisa.
No sábado, acho que ainda correu melhor, apesar de serem mais alunos. Foram na mesma muito disciplinados e muito atentos. Passei a compreender duas coisas: o tempo anda de maneira diferente quando se dá aulas e manta pode facilmente transformar-se em tapete, tijolo em cinto e tornozelo em cotovelo…
Mas cá para nós que ninguém nos ouve… é bem mais giro estar do outro lado do tapete…
quarta-feira, 16 de abril de 2008
É pior a emenda do que o soneto...
Às vezes simplesmente não apetece praticar. Se calhar como em tudo na vida. Às vezes não temos sono, ou fome, ou vontade de trabalhar. Bem, se calhar este último exemplo não foi propriamente feliz… Mas a verdade é que há dias em que a prática é arrancada a ferros. Se calhar já não devia de ser assim, mas a realidade é que é. E eu ainda não consegui perceber se nestes dias o melhor é mesmo não praticar [free yoga day, certo Luga?] e ficar com pesos de consciência porque parece que não fizemos o trabalho de casa; ou praticar mesmo contrariada e ficar a resmungar durante mais de uma hora…
O yoga não é uma obrigação. É uma devoção e para mim, imperiosamente, tem de ser um prazer e contribuir de forma inequívoca para a melhoria da minha qualidade de vida.
Normalmente é esse o efeito que tem. Depois de horas a fio em frente a um computador a queimar neurónios, o sair de casa e ir até ao centro é a melhor parte do dia. É um sítio onde me sinto bem, onde gosto das pessoas e onde desligo [pronto… ou pelo menos tento desligar] dos apertados prazos de entrega e da agenda do dia seguinte. E a prática, goste eu mais ou menos das posturas, quase sempre flui. Saio rejuvenescida e agradecida pelo yoga se ter cruzado na minha vida.
Mas hoje optei por um free yoga day. Por acaso não consegui ir à aula por motivos de trabalho. Mas de qualquer maneira já tinha decidido não ir. Não sei porque continuo a ter estas opções se depois fico com pesos de consciência por ter faltado… É pior a emenda do que o soneto…
O yoga não é uma obrigação. É uma devoção e para mim, imperiosamente, tem de ser um prazer e contribuir de forma inequívoca para a melhoria da minha qualidade de vida.
Normalmente é esse o efeito que tem. Depois de horas a fio em frente a um computador a queimar neurónios, o sair de casa e ir até ao centro é a melhor parte do dia. É um sítio onde me sinto bem, onde gosto das pessoas e onde desligo [pronto… ou pelo menos tento desligar] dos apertados prazos de entrega e da agenda do dia seguinte. E a prática, goste eu mais ou menos das posturas, quase sempre flui. Saio rejuvenescida e agradecida pelo yoga se ter cruzado na minha vida.
Mas hoje optei por um free yoga day. Por acaso não consegui ir à aula por motivos de trabalho. Mas de qualquer maneira já tinha decidido não ir. Não sei porque continuo a ter estas opções se depois fico com pesos de consciência por ter faltado… É pior a emenda do que o soneto…
segunda-feira, 14 de abril de 2008
"- só mais uma coisa - é muito difícil praticar por conta própria, mesmo tendo "cábula"; durante muito tempo é preciso o tal esforço de começar e de chegar ao fim. Aos poucos, começa a ser diferente; já não se pode passar sem isso. Mas isto demora. Primeiro damos, depois recebemos. Coragem, o que receberão é bem mais do que o que dão." Leonor.
Eu não sei como é com a kuki mas eu já estou a entrar na dependencia. Por acaso eu e a kuki discutimos isso várias vezes... a ideia de que pode ser uma "muleta". mas pronto, a verdade é que sermos felizes não é assim tão simples, se fossemos felizes só por existir era tão bom... mas não é assim, portanto é melhor usar as "muletas" que forem precisas :)
Sim, eu acredito que recebemos senão de certeza que nunca faria o esforço. É que eu nunca na minha vida fui disciplinada! É um dos meus problemas aliás, se acho que vale a pena sim, dedico-me, se a coisa não me interessa, é o diabo que não me consigo obrigar a fazer nada...
Eu não sei como é com a kuki mas eu já estou a entrar na dependencia. Por acaso eu e a kuki discutimos isso várias vezes... a ideia de que pode ser uma "muleta". mas pronto, a verdade é que sermos felizes não é assim tão simples, se fossemos felizes só por existir era tão bom... mas não é assim, portanto é melhor usar as "muletas" que forem precisas :)
Sim, eu acredito que recebemos senão de certeza que nunca faria o esforço. É que eu nunca na minha vida fui disciplinada! É um dos meus problemas aliás, se acho que vale a pena sim, dedico-me, se a coisa não me interessa, é o diabo que não me consigo obrigar a fazer nada...
Para mim a série um não é das mais simples não... São muits posturas de pé e acontece-me estar a fazer uma e ainda estar com a cabeça na anterior. Hoje reparei que me às vezes "quedo corto", como diz o patxi, nalgumas posturas. Para as posturas de pé não uso timer, porque senão a minha irmã mata-me porque acorda com tanto pipipi... de modo que experimentei com o relógio ver quantos ciclos de respiração são uns 30 segundos. Com inspiração e expiração compridas, dá aí uns 5. Só que eu tenho a tendência de respirar muito depressa. Nalguns dias noto que funciona bem porque contar realmente me obriga a respirar de forma mais calma. Mas nos dias em que estou mais dispersa conto em piloto automatico e os ciclos são muito mais curtos... consequentemente não devo cumprir o tempo. Depois há as posturas de pé que me exigem mais esforço. Por exemplo em parvrtta trikonasana nem me lembro de respirar... só que nesta também nem tenho noçao de tempo, estou na postura até cair, basicamente, o que se calhar de vez em quando dá 30 segundos (se calhar nunca!) noutras dá... 5. lol!
Depois por exemplo em virabadrasana II e parsvakonasana, demoro muito tempo só a descer para os 90 graus, porque preciso de pensar mesmo muito para não descer a perna de trás. No início parece mais difícil, porque dá a sensação as virilhas e as ancas têm que abrir mais, doem um bocadito... mas acho que a postura acaba por sair (porque não temos tradução de "feel?") mais equilibradita, não fica tanto peso na perna da frente, acho.
Os parvrttas são engraçados... começo logo a suar... quando acabo a segunda preparação de parvrtta parsvakonasana tenho que estar um bocado de pé parada porque sinto o coração na boca e já estou aos bofes!
Ora, mais... Hoje sendo de uma hora e meia vá lá que estive relativamente concentrada até halasana. Depois estava a subir de halasana para sarvangasana para fazer ekapada sarvangasana e como estava já noutra esqueci-me de por os braços nas mantas. A subir senti logo o pescoço... :p
Nota: tenho que deixar de ceder à tentação de olhar para o timer quando já estou "farta" de estar na postura!
Ah, eu nunca fiz Viparita Karani. Dá uma trabalheira a montar e não relaxo grande coisa, parece que as pernas não se seguram! Faço sempre savasana mas acho complicadissimo, porque quando chega savasana já estou com a cabeça no resto do dia...
Depois por exemplo em virabadrasana II e parsvakonasana, demoro muito tempo só a descer para os 90 graus, porque preciso de pensar mesmo muito para não descer a perna de trás. No início parece mais difícil, porque dá a sensação as virilhas e as ancas têm que abrir mais, doem um bocadito... mas acho que a postura acaba por sair (porque não temos tradução de "feel?") mais equilibradita, não fica tanto peso na perna da frente, acho.
Os parvrttas são engraçados... começo logo a suar... quando acabo a segunda preparação de parvrtta parsvakonasana tenho que estar um bocado de pé parada porque sinto o coração na boca e já estou aos bofes!
Ora, mais... Hoje sendo de uma hora e meia vá lá que estive relativamente concentrada até halasana. Depois estava a subir de halasana para sarvangasana para fazer ekapada sarvangasana e como estava já noutra esqueci-me de por os braços nas mantas. A subir senti logo o pescoço... :p
Nota: tenho que deixar de ceder à tentação de olhar para o timer quando já estou "farta" de estar na postura!
Ah, eu nunca fiz Viparita Karani. Dá uma trabalheira a montar e não relaxo grande coisa, parece que as pernas não se seguram! Faço sempre savasana mas acho complicadissimo, porque quando chega savasana já estou com a cabeça no resto do dia...
Se fosse sempre assim já não era nada mau...
As segundas-feiras costumam ser o dia da revolta! É aquele dia em olho para o tapete de lado e me interrogo o que raio está ele ali a fazer. Mas hoje não. E eu sei porquê. Porque pouco trabalhei no fim-de-semana, porque ontem me deitei cedo, porque tenho o trabalho “atrasadamente controlado” e porque nestes dois dias efectivamente descansei.
Depois, porque o Programa I é, para mim, o mais “simples”. Caso não houvesse as preparações de Parighasana e a coisa até era dos deuses.
Mas definitivamente há postura que eu não consigo [ainda] fazer. Três minutos de halasana é pura tortura, pelo que não me lembro de ter conseguido alguma vez ouvir o timer tocar. Saio sempre antes.
Desde que fui a Madrid, Virabhadrasana I custa-me muito mais. São muitos os ajustamentos e apesar de achar que agora faço a postura de forma mais correcta, custa-me o dobro do que antes. É engraçado que de todas as vezes que lá vou, a Madrid, sinto uma postura de maneira diferente. Da outra vez tinha sido Uttanasana que, no meu caso, nunca mais foi a mesma. Provavelmente porque a fazia da maneira errada.
Depois, continuo sem fazer Viparita Karani e Savasana. Faço apenas uma das duas. Hoje, o menu foi Savasana mas tive de colocar um cinto nos olhos porque me dei ao trabalho de os sentir e, efectivamente, os desgraçados não param de andar de um lado para o outro. É perfeitamente incontrolável.
Depois, porque o Programa I é, para mim, o mais “simples”. Caso não houvesse as preparações de Parighasana e a coisa até era dos deuses.
Mas definitivamente há postura que eu não consigo [ainda] fazer. Três minutos de halasana é pura tortura, pelo que não me lembro de ter conseguido alguma vez ouvir o timer tocar. Saio sempre antes.
Desde que fui a Madrid, Virabhadrasana I custa-me muito mais. São muitos os ajustamentos e apesar de achar que agora faço a postura de forma mais correcta, custa-me o dobro do que antes. É engraçado que de todas as vezes que lá vou, a Madrid, sinto uma postura de maneira diferente. Da outra vez tinha sido Uttanasana que, no meu caso, nunca mais foi a mesma. Provavelmente porque a fazia da maneira errada.
Depois, continuo sem fazer Viparita Karani e Savasana. Faço apenas uma das duas. Hoje, o menu foi Savasana mas tive de colocar um cinto nos olhos porque me dei ao trabalho de os sentir e, efectivamente, os desgraçados não param de andar de um lado para o outro. É perfeitamente incontrolável.
domingo, 13 de abril de 2008
Ora agora escrevo eu sem estar particularmente inspirada mas posso inspirar-me nas minhas conversas com a kuki.
Tenho que admitir que o hábito da prática pessoal me pareceu, muito "familiar". Não me faz confusão nenhuma. Como disse à Kuki, faz-me lembrar os tempos do desporto. Não era agradável levantar-me ás 5.30 da manhã, mas chegava ao liceu escola às 8 horas e enquanto quase toda a gente estava a começar o dia, eu já tinha tido uma "vida" enquanto eles estavam na cama...
Portanto, vou tentar lembrar-me. no início senti os efeitos muito depressa: de repente estava mais calma e com muito menos da minha ansiedade que me faz pensar que qualquer coisa pode desaba em cima de mim a qualquer momento. Depois comecei a chatear-me com tanto trabalho de casa: fogo, já é muita coisa, muito tempo, isto é muito exigente e não quero e não faço blablabla. E para contrariar isso disse: Ok, hoje baldo-me, mas no fim da semana pelo menos o mínimo dos mínimos tem que estar cumprido. E a verdade é que chegava o fim da semana com o mínimo cumprido e acabava por me sobrar vontade para fazer mais qualquer coisa, talvez uma parte que tivesse asteriscos e que eu tivesse cortado ;)
E acho que andei assim uns tempos e depois acabei por perceber que ninguém me está a obrigar a nada, nem ninguém me há de criticar por eu não ser perfeita e eu de facto estou a praticar para mim, e não só para estar preparada para os fins de semana de alta competição do Patxi. Patxi disse que este ano nos iria valer imenso, porque nos dará bases para toda a vida, portanto não valia a pena estarmos lá a cerrar os maxilares. E realmente é isso mesmo... assim tiro um bocado da pressão da minha prática, não no sentido da qualidade de prática (bem, nisso faço o o que posso, seja melhor ou pior...) mas porque sei que pratico porque me faz bem, porque quero e não porque tem que ser! Aliás tem que ser porque eu quero e porque eu preciso. E se sinto peso na consciencia quando falho ou quando tenho consciencia que não fiz o meu melhor é porque sei que com a prática de yoga sou uma pessoa melhor e por isso não a posso descurar... Porque a verdade, é que o grande benefício que estou a tirar da prática de yoga é que me começo a interessar mais por outras coisas. O que para mim é MUITO importante, começa a parecer-me que a vida realmente tem muito valor.
E como até agora só falei do positivo:
Um problema que acho que estou a ter agora é saber onde está a linha que separa esta confiança do facilitismo e do pensar que não é preciso mais. Vamos ver se não é nisso que caio...
E continuo a ter dificuldade em séries muito grandes. Nas que ha a possibilidade para cortar corto, nas que não dá, bem, faço-as! Mas chego a meio e já estou a contar as posturas a ver quando acaba a série. Isso é me confunde, por um lado sei que gosto por outro isto significa que não sou assim tão dedicada... não sei. Ou então são precisos estes aparentes paradoxos para uma pessoa perceber o que é ao certo o objectivo da nossa prática.
Que confusão!!! Caneco...
A vantagem de um post grande é que ninguém o lê até ao fim :D
Tenho que admitir que o hábito da prática pessoal me pareceu, muito "familiar". Não me faz confusão nenhuma. Como disse à Kuki, faz-me lembrar os tempos do desporto. Não era agradável levantar-me ás 5.30 da manhã, mas chegava ao liceu escola às 8 horas e enquanto quase toda a gente estava a começar o dia, eu já tinha tido uma "vida" enquanto eles estavam na cama...
Portanto, vou tentar lembrar-me. no início senti os efeitos muito depressa: de repente estava mais calma e com muito menos da minha ansiedade que me faz pensar que qualquer coisa pode desaba em cima de mim a qualquer momento. Depois comecei a chatear-me com tanto trabalho de casa: fogo, já é muita coisa, muito tempo, isto é muito exigente e não quero e não faço blablabla. E para contrariar isso disse: Ok, hoje baldo-me, mas no fim da semana pelo menos o mínimo dos mínimos tem que estar cumprido. E a verdade é que chegava o fim da semana com o mínimo cumprido e acabava por me sobrar vontade para fazer mais qualquer coisa, talvez uma parte que tivesse asteriscos e que eu tivesse cortado ;)
E acho que andei assim uns tempos e depois acabei por perceber que ninguém me está a obrigar a nada, nem ninguém me há de criticar por eu não ser perfeita e eu de facto estou a praticar para mim, e não só para estar preparada para os fins de semana de alta competição do Patxi. Patxi disse que este ano nos iria valer imenso, porque nos dará bases para toda a vida, portanto não valia a pena estarmos lá a cerrar os maxilares. E realmente é isso mesmo... assim tiro um bocado da pressão da minha prática, não no sentido da qualidade de prática (bem, nisso faço o o que posso, seja melhor ou pior...) mas porque sei que pratico porque me faz bem, porque quero e não porque tem que ser! Aliás tem que ser porque eu quero e porque eu preciso. E se sinto peso na consciencia quando falho ou quando tenho consciencia que não fiz o meu melhor é porque sei que com a prática de yoga sou uma pessoa melhor e por isso não a posso descurar... Porque a verdade, é que o grande benefício que estou a tirar da prática de yoga é que me começo a interessar mais por outras coisas. O que para mim é MUITO importante, começa a parecer-me que a vida realmente tem muito valor.
E como até agora só falei do positivo:
Um problema que acho que estou a ter agora é saber onde está a linha que separa esta confiança do facilitismo e do pensar que não é preciso mais. Vamos ver se não é nisso que caio...
E continuo a ter dificuldade em séries muito grandes. Nas que ha a possibilidade para cortar corto, nas que não dá, bem, faço-as! Mas chego a meio e já estou a contar as posturas a ver quando acaba a série. Isso é me confunde, por um lado sei que gosto por outro isto significa que não sou assim tão dedicada... não sei. Ou então são precisos estes aparentes paradoxos para uma pessoa perceber o que é ao certo o objectivo da nossa prática.
Que confusão!!! Caneco...
A vantagem de um post grande é que ninguém o lê até ao fim :D
Yoga de alta competição
Se pensam que tirar um curso de Iyengar Yoga é canja, tirem o cavalinho da chuva. Aliás, é mais complicado do que fazer um curso superior. Este ano, eu a Luga metemo-nos nessa aventura. E como não há formação em Portugal, rumamos a Madrid para termos aulas com um dos mais prestigiados e exigentes professores europeus.
Mal sabia eu o que me esperava. Este primeiro ano, de pré-formação, vai simplesmente avaliar a nossa capacidade para entrar para o curso. No meu caso, não é particularmente importante entrar. Quando iniciei a pré-formação fi-lo no intuito de aprofundar a minha prática. Mas não sabia que ia ser tão “puxado”. E que me ia absorver tanto tempo, energia e, sobretudo, disponibilidade mental. Mas é um desafio. Um desafio que, sem qualquer margem para dúvidas, recompensa. Aliás, costumo dizer que é ponto sem retorno.
Hoje, sinto-me quase como uma atleta de alta competição, tentando encaixar a minha antiga vida numa nova postura que ainda estou a aprender a lidar com ela. É uma verdadeira aventura…
Mal sabia eu o que me esperava. Este primeiro ano, de pré-formação, vai simplesmente avaliar a nossa capacidade para entrar para o curso. No meu caso, não é particularmente importante entrar. Quando iniciei a pré-formação fi-lo no intuito de aprofundar a minha prática. Mas não sabia que ia ser tão “puxado”. E que me ia absorver tanto tempo, energia e, sobretudo, disponibilidade mental. Mas é um desafio. Um desafio que, sem qualquer margem para dúvidas, recompensa. Aliás, costumo dizer que é ponto sem retorno.
Hoje, sinto-me quase como uma atleta de alta competição, tentando encaixar a minha antiga vida numa nova postura que ainda estou a aprender a lidar com ela. É uma verdadeira aventura…
sábado, 12 de abril de 2008
apresentação
post de apresentação ;)
Lembrei-me de fazermos um blog em que falamos da nossa prática de yoga, depois de hoje à tarde, sábado, tinha eu estado a queixar-me de uma sensação de ressaca um ror de vezes (é tão irritante quando alguém faz isto, n é? lol) a kuki me ter perguntado, como muitíssimas vezes pergunta ... "Praticaste?" Ora eu sou daquelas pessoas que reagem muito mal quando alguém lhe pergunta o que faz ou deixa de fazer, e esta vez deve ter atingido o número mágico, tive que controlar o meu impulso de lhe mandar um murro, e só disse: "Nem te vou responder. A partir de agora não me perguntas mais isso nem eu te pergunto a ti." hihihi. Mas é obvio que queremos comparar percursos, que são inevitavelmente diferentes, e num blog podemos fazê-lo sem projectar as ansiedades uma na outra :) E já que nem eu nem a Kuki nos vemos a escrever num caderninho sobre a nossa prática (seria demasiado trabalho de introspecção, não achas, kuki?) num blog podemos deixar os nossos desabafos com um bom equilíbrio entre sinceridade e distanciamento.
Ah, talvez seja bom referir: eu e a kuki começamos este ano a aventura de uma prática pessoal de yoga Iyengar. É como andar à descoberta de um novo mundo. eh :)
Lembrei-me de fazermos um blog em que falamos da nossa prática de yoga, depois de hoje à tarde, sábado, tinha eu estado a queixar-me de uma sensação de ressaca um ror de vezes (é tão irritante quando alguém faz isto, n é? lol) a kuki me ter perguntado, como muitíssimas vezes pergunta ... "Praticaste?" Ora eu sou daquelas pessoas que reagem muito mal quando alguém lhe pergunta o que faz ou deixa de fazer, e esta vez deve ter atingido o número mágico, tive que controlar o meu impulso de lhe mandar um murro, e só disse: "Nem te vou responder. A partir de agora não me perguntas mais isso nem eu te pergunto a ti." hihihi. Mas é obvio que queremos comparar percursos, que são inevitavelmente diferentes, e num blog podemos fazê-lo sem projectar as ansiedades uma na outra :) E já que nem eu nem a Kuki nos vemos a escrever num caderninho sobre a nossa prática (seria demasiado trabalho de introspecção, não achas, kuki?) num blog podemos deixar os nossos desabafos com um bom equilíbrio entre sinceridade e distanciamento.
Ah, talvez seja bom referir: eu e a kuki começamos este ano a aventura de uma prática pessoal de yoga Iyengar. É como andar à descoberta de um novo mundo. eh :)
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