É completa e absolutamente indescritível a pressão que senti no exame da pré-formação em Madrid. E ainda por cima sem qualquer razão… E por vários motivos. Primeiro, porque o objectivo primordial deste ano de pré-formação era, tão somente, aprofundar os meus conhecimentos e iniciar na prática pessoal.
Depois, porque tenho a consciência, desde o início, que o nível de exigência em Madrid é extremamente alto. Aquilo é mesmo outro campeonato!!! A própria Leonor me explicou isso e, quando lá cheguei, o Patxi fez questão de enfatizar ainda mais esse ponto. Aliás, logo na primeira sessão de pré-formação deu para ver que o nível era muito alto, sendo que de 50 candidatos, apenas 20 avançam para a formação. Resumindo: nunca tive ilusões em passar. O espírito sempre foi de “frequência”. E nada mais.
Mas, mesmo assim, o senhor Patxi conseguiu colocar uma pressão completamente louca em todos os que iam fazer o exame. Primeiro, porque a presença dele em ambiente de exame já por si é intimidadora. Depois, porque resolveu dizer [“por amor de mi madre…”] que apenas contava este exame. Ou seja, os detentores das 20 melhores notas são os que entram.
Eu, que antes dizia à Luga que era bem mais fácil fazer um exame quando não se tem a pressão de ter de passar, parecia agora que carregava 300 quilos nos ombros. E SEM MOTIVO. Mas é inevitável, ele consegue efectivamente desconcertar as pessoas.
Foram quase DUAS HORAS DE PURO MASSACRE. Sem posturas intermédias para descansar. Vira III durante um minuto de cada lado. Não há condições!!! Sentir? Mas qual sentir??? Respirar? Mas qual respirar??? SOBREVIVER era a palavra de ordem!!!. Acho que aguentar, neste caso, só por si foi um feito histórico. Era tudo tão rápido e tão intenso que não havia tempo sequer para ajustar as posturas. Era entrar e esperar não desmoronar enquanto quatro pessoas à nossa volta tiravam notas sem percebermos se estávamos bem ou mal. Fogo, como é bom ser ajustada…
Mentalmente, bem tentei ouvir a voz da Leonor a dar os ajustamentos das várias posturas. Mas o cansaço era inevitável. E quando chegou a Sirsasana pensei que já não ia aguentar mais. Mas ainda havia Sarvangasana e Halasana e sei lá mais o quê. Credo, pura tortura. As mãos escorregavam no corpo que estava todo suado, tinha o nariz tapado e as pernas pareciam que estavam ao sabor do vento…
No final, pensei para os meus botões: se calhar estou a exagerar. Eu não estou é preparada para isto. Às tantas isto não foi assim tão complicado. Mas ao que parece foi. Pelo vermelho das caras quando terminamos. Pelo suor que escorria pela t-shirt do que estava à minha frente. Pelas infindáveis vezes que o rapaz atrás de mim dizia: “Isto está quase a acabar, isto está quase a acabar…”.
E realmente acabou. Admito que isto foi a coisa mais difícil que fiz até hoje. Mais do que moderar um debate no Centro Cultural de Belém, mais do que a prova de acesso à Faculdade, mais do que descer o rio Teixeira durante três horas com saltos em queda livre. Quer experiências radicais??? Frequente a pré-formação à La Patxi Lizard! É emoção garantida...
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3 comentários:
É engraçado que... eu não fui para o exame a sentir essa pressão toda. Se calhar se eu quisesse mesmo passar ia senti-la.
mas o exame em si foi de morte, fogo... fiquei toda podre, tadasana, salta, roda e desce, todos ao mesmo tempo! Quando deva aconta já tava numa postura que parecia que nem sequer conhecia. o meu cerebro paralisou lá pelo meio, nem consegui raciocinar. Mas pronto, quando se é inexperiente, acontece! lol
Eu acho que às tantas demos foi um nó no cérebro. Aliás, eu acho que o meu ainda não "desatou"... :)
Espera que é para não soar mal... é que quando digo que não queria passar não quer dizer que me estivesse derrotada à partida! Mas ja há muito tempo me apercebi que não estaria nunca nesta altura preparada para entrar numa formação, e não senti desilusão em relação a isso. Não o vi pelo lado negativo, acho que tentei sempre aproveitar o máximo possível e estou contente com o que tenho conseguido. Start by starting... E acho que já começei qualquer coisa! Para quê um salto maior que a perna? O que interessa é ir andando para a frente :) eheh
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