quinta-feira, 19 de junho de 2008

E agora???

Xi... passei... Entrei para a formação... EM MADRID!!!

Acho que ainda estou em estado de choque...

Tenho de sair, vou reunir com os meus advogados para processar a Leonor e a Joana. Sinto-me enganada...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Quanto ao exame... bem , admito que fui para lá um bocado distraída. Não sei, deu-me a sensação que tinha estado os dias anteriores imersa noutras coisas e de repente apanhei um avião e quando me dei conta estava num exame. Bem, a mim não me stressou muito o sr P. dizer que passavam as 20 melhores notas de exame, e coisas assim do género. Qual a diferença para mim? Se esse é o critério que o sr. P. escolhe, ele lá deve ter as suas razões, e ele é que sabe. Até porque ainda(?) estou na fase (em tudo da vida, acho eu) em que olho sobretudo para o meu próprio umbigo. Não acho que tenha feito má figura, pronto, sou o que sou, se a minha prática é imatura, no futuro, não sei quando, há de amadurecer, se a minha pratica não é intensa um dia há de sê-lo mais.

Agora coisas mais práticas. Durante o exame estava meia confusa. Tadasana, salta, roda pés, desce, tudo num instante, de repente estar na postura e parecia que as estava a fazer pela primeira vez, sentia-me toda torta! mas que fazer? Não posso agora ajustar o pé, ou voltar a subir, agora é ver se não morro até o timer toca! Cheguei as posturitas de pé que só metem um pezinho no chão e não me equilibrava porque já nem conseguia pensar, tinha o cérebro cansado lol!!!!
Aqui a mais jovem do grupinho do exame foi a única tona a precisar de um suporte (tijolo para prasarita padottanasana - desculpem se tem erros) e a única a não poder fazer uma postura (paripurna navasana e ardha navasana) por ter ligeira mazela física (e odeio ter que levantar o dedo!!!!!)
Bem, podia ter saído melhor. Mas eu se queria que saísse bem era só para mostrar que pelo menos tentei aproveitar alguma coisa! Oh, mas eu sei que tentei.

É numa boa... lol!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Big Patxi is watching you...

É completa e absolutamente indescritível a pressão que senti no exame da pré-formação em Madrid. E ainda por cima sem qualquer razão… E por vários motivos. Primeiro, porque o objectivo primordial deste ano de pré-formação era, tão somente, aprofundar os meus conhecimentos e iniciar na prática pessoal.

Depois, porque tenho a consciência, desde o início, que o nível de exigência em Madrid é extremamente alto. Aquilo é mesmo outro campeonato!!! A própria Leonor me explicou isso e, quando lá cheguei, o Patxi fez questão de enfatizar ainda mais esse ponto. Aliás, logo na primeira sessão de pré-formação deu para ver que o nível era muito alto, sendo que de 50 candidatos, apenas 20 avançam para a formação. Resumindo: nunca tive ilusões em passar. O espírito sempre foi de “frequência”. E nada mais.

Mas, mesmo assim, o senhor Patxi conseguiu colocar uma pressão completamente louca em todos os que iam fazer o exame. Primeiro, porque a presença dele em ambiente de exame já por si é intimidadora. Depois, porque resolveu dizer [“por amor de mi madre…”] que apenas contava este exame. Ou seja, os detentores das 20 melhores notas são os que entram.

Eu, que antes dizia à Luga que era bem mais fácil fazer um exame quando não se tem a pressão de ter de passar, parecia agora que carregava 300 quilos nos ombros. E SEM MOTIVO. Mas é inevitável, ele consegue efectivamente desconcertar as pessoas.

Foram quase DUAS HORAS DE PURO MASSACRE. Sem posturas intermédias para descansar. Vira III durante um minuto de cada lado. Não há condições!!! Sentir? Mas qual sentir??? Respirar? Mas qual respirar??? SOBREVIVER era a palavra de ordem!!!. Acho que aguentar, neste caso, só por si foi um feito histórico. Era tudo tão rápido e tão intenso que não havia tempo sequer para ajustar as posturas. Era entrar e esperar não desmoronar enquanto quatro pessoas à nossa volta tiravam notas sem percebermos se estávamos bem ou mal. Fogo, como é bom ser ajustada…

Mentalmente, bem tentei ouvir a voz da Leonor a dar os ajustamentos das várias posturas. Mas o cansaço era inevitável. E quando chegou a Sirsasana pensei que já não ia aguentar mais. Mas ainda havia Sarvangasana e Halasana e sei lá mais o quê. Credo, pura tortura. As mãos escorregavam no corpo que estava todo suado, tinha o nariz tapado e as pernas pareciam que estavam ao sabor do vento…

No final, pensei para os meus botões: se calhar estou a exagerar. Eu não estou é preparada para isto. Às tantas isto não foi assim tão complicado. Mas ao que parece foi. Pelo vermelho das caras quando terminamos. Pelo suor que escorria pela t-shirt do que estava à minha frente. Pelas infindáveis vezes que o rapaz atrás de mim dizia: “Isto está quase a acabar, isto está quase a acabar…”.

E realmente acabou. Admito que isto foi a coisa mais difícil que fiz até hoje. Mais do que moderar um debate no Centro Cultural de Belém, mais do que a prova de acesso à Faculdade, mais do que descer o rio Teixeira durante três horas com saltos em queda livre. Quer experiências radicais??? Frequente a pré-formação à La Patxi Lizard! É emoção garantida...

Provar um bocadinho do fruto…

Eu nunca duvidei que o Iyengar Yoga tem para oferecer muito mais do que a excelência de uma postura física. Por muito bem que ela seja executada. Mas a verdade é que do saber ao sentir podem ir literalmente anos de distância. Pelo menos no meu caso.

Pois este domingo acho que provei, mesmo que ao de leve, o pode ser fazer efectivamente uma “asana”.

Se calhar porque estavam reunidas todas as condições para isso, se calhar porque eu estava para ai virada. Sei lá. Mas, sobretudo, acho que foi por uma explicação quase miraculosa que o Patxi deu e que eu nunca tinha ouvido. Ou, pelo menos, nunca tinha prestado atenção.

Ao efectuarmos uma postura, diz o Patxi, nunca devemos dar 100% do que fisicamente somos capazes. Porque aí o esforço vai ser tal que inviabiliza a capacidade de sentir, já que vamos estar apenas centrados em fazer a postura. 95% é, provavelmente, a conta certa. [É claro que logo a seguir o senhor Patxi deixou bem claro que isto jamais se explica a pessoas que estejam a iniciar a sua prática…]

Depois… bem depois tentei fazer mais ou menos isso. Tentei não pensar quanto tempo faltava para que o malfadado do “timer” tocasse e simplesmente pratiquei. E nem sei direito explicar o que aconteceu. Mas a prática foi efectivamente muito diferente. E eu nem me lembro do que, ou de quem estava à minha volta. Aliás, pare ser sincera, eu quase nem dei pelo Patxi, o que pode ser um feito notável… Parece que me meteram numa concha. Uma coisa estranha mas que não deixou de ser agradável.

terça-feira, 10 de junho de 2008

E agora... acabei de ler uma entrevista... e como se fala de Sarvangasana no blog, e porque ouvi a Leonor dizer que esta senhora é a sua "ídola", pareceu-me apropriado :)

"I remember my first yoga pose I ever did-the shoulderstand. I thought, "This feels so familiar. I've done this before." I felt like I was coming home to something. For the first time I felt this wonderful feeling of fullness. It was extraordinary. That was a turning point in my life, although I didn't become a serious practitioner at that time. I found something I had been looking for a long, long time in the shoulderstand." Patricia Walden

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Transfusão de Yoga

Sempre que venho de Madrid parece que a prática de yoga se reinventa. É quase como se levasse uma transfusão de sangue que me ajuda a “aguentar” os próximos tempos. O intensivo foi, como sempre, excelente. Desta vez, trabalhamos muito a parte do externo superior, as meias axilas frontais, as omoplatas… Ou seja, hoje estou particularmente moída em todos esses sítios, mais nas lombares que parecem “chorar” por descanso.

Mas este intensivo foi particularmente “intenso” por duas ou três frases que o Patxi disse. Primeiro, é óbvio que o adorei ouvir dizer que savasana é a postura mais complicada do Yoga. Sobretudo porque não nos é pedida qualquer acção física e ficamos entregues a nós próprios. Nada que eu já não soubesse, mas a verdade é que sabe sempre bem ouvir dizer…

Depois vem o mais complicado. Pediu para usarmos mais os nervos sensoriais do que os motores. E aqui eu já me comecei a perder… E disse-nos ainda que para praticar Yoga torna-se imprescindível usar a imaginação para pormos em prática acções. [É complicado explicar… Mas, por exemplo, em determinadas posturas, para subirmos o sacro só mesmo imaginando que ele está a subir]. Não sei se está certo ou errado, mas interpretei imaginação como “visualização”.

Disse também que o Yoga não é definitivamente para todos. E que se passados seis ou sete anos não sentíssemos a prática para além da mera postura física talvez fosse melhor repensarmos a nossa opção. Eu não duvido que a minha perna vá acabar por rodar para a direita, ou que o meu queixo vá tocar as tíbias, ou que o joelho vá ficar alinhado… Com mais ou menos trabalho, tenho a certeza de que um dia acabarei por alcançar tudo isso.

O problema está em “sentir” as posturas. Vou conseguindo fazê-las, com mais ou menos dificuldade. Acho até que as vou conseguindo melhorar mas, sinceramente, ainda não as “sinto”. E ainda não as “penso”… E aqui entra a parte frustrante e muitas vezes desmotivadora de tudo isto. É que à medida que se avança no Yoga – falamos com pessoas sobre esta tema, interessamo-nos, lemos e temos acesso a mais professores – ficamos com a certeza de que há muito mais para além da geometria das posturas.

Às vezes, revejo-me numa reportagem que li há pouco tempo sobre os jovens candidatos a padres que estudam nos seminários. Eles, não questionavam a sua “fé”, mas duvidavam da sua vocação.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ultimamente tenho vindo a descobrir que sarvangasana e halasana são as minhas posturas favoritas. (as pessoas costumam ter favoritas, certo?) Não é que adore faze-las a nível físico, aliás às vezes até são bem torturantes... mas nao sei porquê, sinto que me fazem mesmo bem. Às vezes parece que é quase instantaneo - desço de sarvangasana para halasana e ao fim de um tempo é como se sentisse qualquer coisa dentro de mim, não sei dizer onde, a acalmar-se. Não sei bem, mas até parece que o ar entra mais facilmente e mais fundo e respiro melhor.

:)